O som do acordeão é, por si só, uma narrativa de viagens e migrações. Desde suas origens no Leste Europeu até a incorporação em várias tradicões musicais da América Latina, esse instrumento conta uma história de influência cultural e adaptação. Em países como México, Colômbia, República Dominicana e Brasil, o acordeão não apenas encontrou um novo lar, mas também se tornou uma parte essencial da identidade sonora dessas nações.
Essa semana, mergulhamos profundamente nessas tradições com a ajuda de nosso guia, Eduardo Díaz, ex-diretor de informações culturais latinas para a Instituição Smithsonian. Díaz nos leva a uma viagem sonora, explorando os ritmos e melodias que emolduram a história do acordeão na América Latina.
Ao longo dessa jornada, somos apresentados a diversos artistas que fizeram do acordeão a peça central de suas composições. Entre eles, destacamos Narciso Martínez com "Nix", Carlos Vives em "Hijo de Vallenato", Los Corraleros de Majagual com "La Pollera Colorada", Luis Gonzaga interpretando "Asa Branca", Grupo Alma Serrana em "Puerto Tirol", Francisco Ulloa com "El Farolito" e Tatico Henriquez em "La Invasión de Deiziseis".
Cada uma dessas músicas, em seu ritmo particular e estilo único, demonstra a adaptabilidade do acordeão. Seja no ritmo acelerado do vallenato colombiano, na melodia do forró nordestino brasileiro ou nas notas do merengue dominicano, o acordeão se reinventa, mantendo, porém, um traço característico de sua origem europeia.
Ao final desta jornada sonora, fica clara a importância do acordeão na construção musical da América Latina. Mais do que um instrumento, o acordeão é um emblema de resistência cultural e reinvenção, um símbolo da capacidade da música de cruzar fronteiras e unir povos através de uma linguagem universal.