Há algo quase mágico em relembrar o ano de 2005, quando dois gigantes do hip-hop de Chicago, Common e Kanye West, uniram forças para criar "Be", um álbum que se tornou instantaneamente um clássico geracional. Mas o mais interessante é que, após essa colaboração, ambos os artistas seguiram caminhos completamente diferentes, quase como se estivessem desafiando o resto do mundo do hip-hop a segui-los.
Common, um rapper que sempre se orgulhou de suas raízes e de sua mensagem consciente, continuou a aprofundar seu compromisso com a comunidade, usando sua música como uma plataforma para discutir questões sociais importantes. Do outro lado, Kanye West, um prodígio musical com um ego correspondente, escolheu uma rota mais experimental e controversa, constantemente empurrando os limites do que o hip-hop poderia ser.
Era como se, através de "Be", os dois tivessem estabelecido um desafio. Quem seguiria o caminho do ativismo consciente e quem ousaria explorar novos territórios musicais, arriscando-se a ser incompreendido ou até mesmo ridicularizado? A resposta não foi tão preto no branco quanto poderia parecer.
Na realidade, a influência de ambos os artistas se espalhou pelo hip-hop de maneiras profundas e variadas. Enquanto alguns rappers seguiram o exemplo de Common e usaram suas plataformas para discutir questões importantes, outros foram inspirados por Kanye e começaram a experimentar mais com seus sons e imagens.
O legado de "Be" é, portanto, um lembrete conflituoso de que, no final das contas, o mundo do hip-hop é de quem tem a coragem de moldá-lo. Seja seguindo o caminho da consciência social ou o da experimentação artística, o importante é ter a audácia de desafiar o status quo e redefinir o que o hip-hop pode ser.